Na madrugada de 10 de julho de 2025, a capital ucraniana, Kyiv, foi palco de um dos episódios mais sombrios desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022. Em uma ofensiva aérea sem precedentes, a Rússia lançou mais de 400 drones e 18 mísseis balísticos contra a cidade e outras regiões da Ucrânia, resultando em duas mortes confirmadas e dezenas de feridos.

A Escalada da Violência

O ataque desta quinta-feira veio na esteira de uma ofensiva ainda maior ocorrida no dia anterior, quando 728 drones e 13 mísseis foram lançados contra 11 regiões ucranianas. Especialistas apontam que essa sequência de ataques representa uma mudança tática russa, com o objetivo de sobrecarregar as defesas aéreas ucranianas, já exaustas após anos de conflito.

Kyiv em Chamas

Durante mais de 10 horas de bombardeios, explosões sacudiram a cidade. Prédios residenciais, centros médicos, veículos e instalações comerciais foram atingidos. Em bairros como Shevchenkivsky, Podilsky e Darnytsky, incêndios se espalharam após a queda de destroços de drones. Uma unidade de saúde no distrito de Podilsky foi “quase totalmente destruída”, segundo o prefeito Vitali Klitschko.

Moradores relataram cenas de pânico, com famílias correndo para estações de metrô em busca de abrigo. “Isso é terror, porque acontece todas as noites quando as pessoas estão dormindo”, desabafou Karyna Volf, uma jovem de 25 anos que escapou por pouco de ser atingida.

Defesa e Reação Internacional

Apesar da intensidade do ataque, as defesas aéreas ucranianas conseguiram interceptar a maioria dos projéteis, embora dezenas tenham escapado e causado destruição. O presidente Volodymyr Zelensky classificou a ofensiva como uma “clara escalada de terror” e pediu sanções mais severas contra o petróleo russo, que continua financiando a máquina de guerra de Moscou.

Em paralelo, líderes ucranianos participaram de uma conferência em Roma para pressionar aliados por mais ajuda militar e investimentos na reconstrução do país. Os EUA, que haviam interrompido o envio de armas, anunciaram a retomada das entregas de projéteis e mísseis, além de negociações para o envio de novos sistemas de defesa aérea Patriot.

O Que Vem a Seguir?

O ataque massivo ocorre em um momento de impasse diplomático. Após uma conversa frustrada entre Donald Trump e Vladimir Putin, o presidente americano expressou decepção com a falta de disposição russa para um cessar-fogo. Enquanto isso, a Ucrânia intensifica seus apelos por apoio internacional, ciente de que sua sobrevivência depende da solidariedade de seus aliados.