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Preta Gil: uma despedida marcada por coragem, afeto e representatividade

Publicada em: 21/07/2025 10:24 - Entretenimento Saúde Brasil

A música brasileira perdeu uma de suas vozes mais autênticas e combativas. No dia 20 de julho de 2025, Preta Gil faleceu aos 50 anos, em Nova York, após uma longa batalha contra o câncer colorretal. A notícia abalou o país e gerou uma onda de comoção que ultrapassou fronteiras, refletindo o impacto profundo que a artista teve na cultura, na luta por direitos e na vida de milhares de pessoas.

 

 

Uma trajetória de luz e resistência

Filha de Gilberto Gil e Sandra Gadelha, Preta nasceu em meio à efervescência da Tropicália e cresceu cercada por ícones da música brasileira. Mas ela construiu seu próprio caminho — com ousadia, irreverência e afeto. Desde o lançamento de seu primeiro álbum Prêt-à-Porter em 2003, Preta se destacou por desafiar padrões estéticos e sociais, tornando-se símbolo de autoaceitação, liberdade feminina e inclusão.

Além da música, atuou como apresentadora, empresária e influenciadora. Fundou a agência Mynd, revolucionando o marketing de influência no Brasil, e criou o Bloco da Preta, um dos maiores do Carnaval carioca.

 

A luta contra o câncer e o legado de coragem

Diagnosticada em 2023 com câncer colorretal, Preta enfrentou o tratamento com transparência e força. Compartilhou cada etapa com o público — das sessões de quimioterapia às cirurgias complexas — transformando sua dor em conscientização. Mesmo diante de recaídas e complicações, manteve o otimismo e a vontade de viver.

Sua postura inspirou milhões. Ela normalizou o uso da bolsa de ileostomia, falou abertamente sobre saúde mental e incentivou a prevenção do câncer. Em sua autobiografia Os Primeiros 50, publicada em 2024, refletiu sobre sua trajetória com honestidade e emoção.

 

Representatividade e impacto social

Preta Gil foi uma mulher preta, bissexual, fora dos padrões estéticos convencionais — e nunca se calou diante do preconceito. Lutou contra o racismo, a gordofobia e a LGBTfobia com a mesma intensidade com que cantava e dançava. Sua presença era um ato político, e sua voz, um instrumento de transformação.

Ela acolheu artistas iniciantes, apoiou causas sociais e usou sua visibilidade para abrir caminhos. A imprensa internacional a descreveu como “ícone da diversidade” e “símbolo de coragem”.

 

O luto coletivo e a celebração da vida

A morte de Preta Gil gerou um fenômeno de luto coletivo. Celebridades, fãs e instituições prestaram homenagens emocionadas, destacando sua generosidade, alegria e capacidade de unir pessoas. O governo do Rio de Janeiro decretou luto oficial de três dias.

Mais do que tristeza, sua partida deixou uma mensagem: viver com autenticidade, amar sem medo e lutar por um mundo mais justo. Como disse a psicóloga Anastácia Barbosa, “Preta nos ensinou que o tempo é agora”.

 

 

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