Em um gesto diplomático que reacende esperanças de estabilidade no Sudeste Asiático, Tailândia e Camboja anunciaram nesta segunda-feira (28) um acordo de cessar-fogo imediato e incondicional, encerrando cinco dias de intensos confrontos na fronteira entre os dois países.
Conflito e consequências A escalada militar, considerada a mais grave em décadas, deixou mais de 30 mortos, incluindo civis e soldados, e forçou o deslocamento de cerca de 200 mil pessoas. A disputa territorial, centrada em áreas fronteiriças historicamente contestadas, envolveu bombardeios, uso de artilharia pesada e acusações mútuas de violações militares.
Negociação e mediação O acordo foi firmado durante uma reunião em Putrajaya, na Malásia, com a presença dos primeiros-ministros Hun Manet (Camboja) e Phumtham Wechayachai (Tailândia), sob mediação do premiê malaio Anwar Ibrahim, presidente temporário da ASEAN. A negociação também contou com o apoio diplomático da China e dos Estados Unidos, com o presidente Donald Trump exercendo papel ativo ao pressionar ambos os lados por uma solução pacífica.
Próximos passos A trégua entra em vigor à meia-noite (horário local) desta terça-feira (29) e será seguida por reuniões bilaterais entre chefes militares e a criação de um Comitê Geral de Fronteiras Cambojano-Tailandesa, com o objetivo de consolidar a paz e evitar novos confrontos.
Declarações oficiais Hun Manet agradeceu publicamente a Trump e à China pela intervenção, destacando que o acordo representa “um passo importante para restaurar a paz e a segurança”. Já Phumtham Wechayachai afirmou que a Tailândia “concorda com o cessar-fogo que será executado de boa-fé por ambas as partes”.
Impacto regional O cessar-fogo é visto como um alívio para a região, que tem enfrentado tensões geopolíticas crescentes. A ASEAN, que desempenhou papel central na mediação, reforça seu papel como plataforma de diálogo e cooperação entre seus membros.