Uma força-tarefa conjunta formada pelo Ministério Público de São Paulo, Polícia Civil e a gestão municipal de Guarulhos, liderada pelo prefeito Guti, revelou um dos maiores escândalos de corrupção da história da cidade. As investigações apontam que os desvios podem chegar à impressionante marca de R$ 16 bilhões, envolvendo fraudes fiscais, corrupção ativa e passiva, e lavagem de dinheiro.
Esquema operava há mais de duas décadas
Segundo os investigadores, o esquema vinha sendo operado há mais de 20 anos dentro da Secretaria da Fazenda de Guarulhos, com o envolvimento direto de servidores públicos e empresas privadas. A fraude consistia na manipulação de processos fiscais, favorecendo contribuintes que deixavam de pagar tributos em troca de propina. Estima-se que cerca de 80 mil processos estejam sob suspeita.
Servidores afastados e empresas investigadas
Até o momento, mais de 30 servidores foram afastados de seus cargos, sendo que 12 deles estão diretamente ligados aos processos investigados. A Prefeitura anunciou que contratará uma auditoria independente para revisar os procedimentos da pasta e implementar novas práticas de controle e transparência.
Mandados de busca e apreensão
A operação incluiu o cumprimento de mandados de busca e apreensão em diversos pontos da cidade, incluindo a sede da Secretaria da Fazenda. Computadores, documentos e registros fiscais foram recolhidos para análise. A Polícia Civil também investiga o envolvimento de empresas privadas que teriam se beneficiado do esquema.
Impacto nos cofres públicos e resposta institucional
O rombo bilionário representa um golpe severo nas finanças públicas de Guarulhos, comprometendo investimentos em saúde, educação e infraestrutura. Em resposta, o prefeito Guti declarou que “não haverá tolerância com corrupção” e que a gestão está comprometida com a responsabilização dos envolvidos e a recuperação dos valores desviados.
Próximos passos da investigação
O Ministério Público deve apresentar denúncias formais nas próximas semanas, e novas fases da operação estão previstas. A força-tarefa também avalia a possibilidade de bloqueio de bens dos suspeitos e acordos de colaboração premiada para aprofundar as investigações.
Este caso escancara a necessidade urgente de reformas estruturais na administração pública e reforça o papel das instituições de controle na defesa do interesse coletivo. Guarulhos vive um momento decisivo em sua história — e a sociedade exige justiça e transparência.