O influenciador digital Hytalo Santos, de 28 anos, foi preso nesta sexta-feira (15) em São Paulo, após uma série de denúncias envolvendo exploração sexual infantil e tráfico humano. A prisão foi resultado de uma operação conjunta entre o Ministério Público da Paraíba (MPPB) e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), com ordens expedidas pela Justiça de Bayeux (PB).

Denúncia viral e repercussão nacional

O caso ganhou notoriedade após o youtuber Felca publicar um vídeo que já ultrapassa 40 milhões de visualizações, denunciando práticas de “adultização” de menores nos conteúdos produzidos por Hytalo. O influenciador, natural de Cajazeiras (PB), ficou conhecido por formar uma “turma” de jovens em situação de vulnerabilidade, a quem oferecia moradia, presentes caros e exposição nas redes sociais.

Entre os conteúdos, foram identificadas cenas de adolescentes em situações sexualizadas, uso de roupas inadequadas e dinâmicas que sugeriam relações íntimas entre menores. A adolescente Kamylinha Santos, de 17 anos, que se apresentava como “filha adotiva” de Hytalo, também teve seu perfil derrubado pelas plataformas após a repercussão.

Medidas judiciais e investigação

A Justiça da Paraíba determinou:

• Bloqueio das redes sociais de Hytalo;

• Desmonetização de seus vídeos;

• Proibição de contato com os adolescentes envolvidos;

• Apreensão de equipamentos eletrônicos usados na produção dos conteúdos.

Segundo o juiz Adhailton Lacet, Hytalo teria deixado sua residência com diversos equipamentos antes da chegada dos policiais. A casa estava vazia, mas a máquina de lavar funcionava, levantando suspeitas sobre tentativa de destruição de provas.

Vida de ostentação e queda abrupta

Hytalo Santos construiu sua carreira com vídeos de dança e lifestyle voltado ao brega funk. Em dezembro de 2023, chamou atenção ao gastar cerca de R$ 4 milhões em seu casamento com o cantor Euro, incluindo convites em forma de iPhones para os convidados.

Apesar da imagem pública de generosidade e apoio a jovens carentes, as investigações apontam que o influenciador usava essa estrutura para promover conteúdos com conotação sexual envolvendo menores, o que pode configurar crimes graves como exploração sexual infantil e tráfico humano.

O que diz a defesa

A defesa de Hytalo nega todas as acusações e afirma que ele está à disposição da Justiça para esclarecimentos. Segundo seus advogados, ele “jamais compactuou com qualquer ato atentatório à dignidade de crianças e adolescentes”.