...

...

No ar: ...

...

Empresário confessa assassinato de gari após discussão de trânsito em Belo Horizonte

Publicada em: 19/08/2025 10:45 -

Um crime brutal ocorrido em Belo Horizonte, Minas Gerais, chocou o país nesta semana. O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, confessou ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44, durante uma discussão de trânsito no bairro Vista Alegre. O caso reacende debates sobre violência urbana, porte de armas e impunidade entre classes privilegiadas.

O crime

Na manhã de 11 de agosto de 2025, Renê dirigia seu carro pela região Oeste da capital mineira quando se irritou com um caminhão de coleta de lixo que bloqueava parcialmente a via. Segundo testemunhas, ele ameaçou a motorista do caminhão, dizendo que “atiraria na cara dela” caso não fosse autorizado a passar. Em seguida, sacou uma pistola calibre .380 e disparou contra os garis, atingindo fatalmente Laudemir Fernandes.

A confissão

Após negar o crime por dias, Renê confessou o homicídio em depoimento à Polícia Civil. Ele alegou que o disparo foi acidental e que usou a arma particular de sua esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, sem o conhecimento dela. A perícia confirmou que a arma utilizada pertencia à delegada, o que levou o Ministério Público a pedir o bloqueio de R$ 3 milhões em bens do casal como forma de garantir futura reparação à família da vítima.

 Repercussão judicial

O crime foi classificado como homicídio duplamente qualificado — por motivo fútil e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. A Justiça converteu a prisão em flagrante de Renê em prisão preventiva, destacando sua “periculosidade social” e histórico de agressões anteriores. Três advogados renunciaram à defesa do empresário, alegando “foro íntimo”.

 A vítima

Laudemir Fernandes era funcionário da Localix Serviços Ambientais, descrito por colegas como trabalhador, pacífico e dedicado à família. Deixou esposa, uma filha de 15 anos e duas enteadas. Seu assassinato gerou comoção entre moradores da região e reacendeu o debate sobre o tratamento desigual entre vítimas e agressores de diferentes classes sociais.

 Reflexões

O caso expõe não apenas a violência cotidiana nas cidades brasileiras, mas também a facilidade com que indivíduos armados podem transformar conflitos banais em tragédias irreversíveis. A confissão tardia, o uso de arma de propriedade de uma autoridade policial e a tentativa inicial de negar o crime levantam questionamentos sobre privilégios e responsabilidades.

Compartilhe:
COMENTÁRIOS
Comentário enviado com sucesso!
Carregando...