Em sua primeira entrevista oficial desde que assumiu o papado em maio de 2025, Papa Leão XIV sinalizou que pretende manter as principais políticas de inclusão e diálogo iniciadas por seu antecessor, Papa Francisco, mas sem promover mudanças significativas na doutrina da Igreja Católica.
Continuidade com cautela
Leão XIV, nascido nos Estados Unidos e com longa trajetória missionária no Peru, destacou que sua prioridade será preservar o espírito de acolhimento que marcou o pontificado de Francisco. Isso inclui:
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Abertura pastoral à comunidade LGBTQIA+
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Discussões sobre o papel das mulheres na Igreja
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Manutenção do acordo com a China sobre nomeação de bispos
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No entanto, o pontífice deixou claro que não pretende alterar os ensinamentos tradicionais da Igreja sobre temas como sexualidade, casamento e ordenação feminina. “Todos estão convidados, mas eu não convido uma pessoa por causa de sua identidade específica. Eu convido porque ela é filho ou filha de Deus”, afirmou.
Um estilo mais reservado
Ao contrário de Francisco, conhecido por suas declarações contundentes sobre política internacional, Leão XIV adotou um tom mais diplomático. Ele evitou críticas diretas ao presidente Donald Trump e se absteve de classificar as ações de Israel em Gaza como genocídio, embora tenha expressado “grande preocupação” com o deslocamento forçado de civis.
O novo papa também se mostrou atento à situação dos migrantes e à dignidade humana, temas que abordou em encontro com o vice-presidente dos EUA, J.D. Vance, em maio.
Compromisso com a justiça e a transparência
Leão XIV reafirmou o compromisso da Igreja com o combate aos abusos sexuais, seguindo a linha de Francisco. Ao mesmo tempo, demonstrou preocupação com falsas acusações contra padres, pedindo equilíbrio e respeito às vítimas e aos acusados.
Um pontificado de equilíbrio
A escolha de Leão XIV representa um esforço do Vaticano para equilibrar tradição e modernidade, mantendo o legado de Francisco sem provocar rupturas doutrinárias. Especialistas apontam que seu perfil conservador reformista pode fortalecer a diplomacia da Santa Sé em tempos de polarização global