A surpreendente vitória do partido A Liberdade Avança (LLA), liderado pelo presidente argentino Javier Milei, nas eleições legislativas realizadas em 26 de outubro de 2025, marca um ponto de inflexão na política nacional. Com 40,8% dos votos a nível nacional, o LLA conquistou 64 cadeiras na Câmara dos Deputados e 13 no Senado, ampliando significativamente sua base de apoio no Congresso.
Consolidação do poder legislativo
A nova configuração parlamentar permite ao governo Milei evitar que vetos presidenciais sejam derrubados e facilita a aprovação de projetos estratégicos, especialmente os ligados às reformas econômicas ultraliberais que têm sido a marca de sua gestão. Analistas políticos apontam que o resultado funciona como um referendo informal ao segundo ano de mandato de Milei, demonstrando que parte expressiva da população apoia sua agenda de austeridade e desregulamentação.
Impacto político e econômico
A vitória legislativa também fortalece a posição internacional da Argentina. A relação com os Estados Unidos, por exemplo, tende a se estreitar, especialmente após o presidente Donald Trump condicionar apoio financeiro ao sucesso eleitoral de Milei. Internamente, o resultado é visto como uma resposta à crise econômica prolongada e à desilusão com o modelo peronista, que perdeu força nas principais províncias, incluindo Buenos Aires.
Reações e projeções
Durante seu discurso de comemoração, Milei classificou o resultado como um “ponto de virada” e declarou que “começa a construção da Argentina grande”. A coloração violeta do mapa eleitoral, símbolo do LLA, dominou a maioria das províncias, reforçando a narrativa de renovação política.
Especialistas alertam, no entanto, que apesar do avanço, Milei ainda precisará negociar com outras forças políticas para garantir maioria absoluta em votações mais complexas. A oposição, embora enfraquecida, mantém presença relevante e pode atuar como freio às propostas mais radicais.
Conclusão
A vitória legislativa de Javier Milei representa mais do que um avanço numérico no Congresso: é um sinal claro de que sua visão de país ganhou tração entre os eleitores. Com maior margem de manobra, o presidente argentino tem agora a oportunidade de acelerar sua agenda de reformas — mas também o desafio de manter a governabilidade em meio a um cenário econômico delicado e polarizado.
