Em uma reviravolta dramática no conflito entre Israel e o grupo Hamas, o governo israelense anunciou na manhã desta quarta-feira, 29 de outubro de 2025, a retomada do cessar-fogo na Faixa de Gaza. A decisão veio após uma série de bombardeios intensos que, segundo a Defesa Civil palestina e hospitais locais, deixaram ao menos 104 mortos e dezenas de feridos.
Contexto da ofensiva
Os ataques israelenses ocorreram entre a noite de terça-feira e a madrugada de quarta, em resposta ao que Tel Aviv classificou como violações do cessar-fogo por parte do Hamas. Segundo o Exército de Israel, os bombardeios foram direcionados a “dezenas de alvos terroristas”, incluindo supostos combatentes e infraestruturas militares do grupo palestino.
A escalada foi desencadeada após um incidente envolvendo a morte de um soldado israelense, que teria sido atingido por um ataque do Hamas. O grupo, por sua vez, nega ter violado o acordo de trégua e acusa Israel de agir de forma unilateral e desproporcional.
Impacto humanitário
As consequências dos bombardeios foram devastadoras. Imagens divulgadas por agências internacionais mostram colunas de fumaça se erguendo sobre bairros densamente povoados, enquanto hospitais como o Al Adwa, em Nuseirat, lutam para atender o grande número de feridos. Moradores relataram explosões contínuas durante toda a noite, reacendendo o temor de uma retomada total da guerra.
"Tínhamos acabado de começar a respirar novamente, tentar reconstruir nossas vidas, quando os bombardeios recomeçaram", disse Khadija al Housni, moradora do campo de refugiados de Al Shati.
Reações internacionais e diplomáticas
A retomada do cessar-fogo foi recebida com cautela pela comunidade internacional. Organizações humanitárias pedem investigações independentes sobre os ataques e alertam para o risco de colapso dos serviços médicos em Gaza. Enquanto isso, diplomatas de países árabes e europeus pressionam por uma mediação urgente para evitar nova escalada.
Perspectivas
Apesar do anúncio de cessar-fogo, a situação permanece volátil. A troca de acusações entre Israel e Hamas indica que a trégua é frágil e pode ser rompida a qualquer momento. A população civil, como sempre, continua sendo a principal vítima do impasse político e militar.
A retomada da trégua, embora bem-vinda, levanta questões sobre sua durabilidade e sobre os mecanismos de responsabilização por ações que resultam em perdas humanas tão significativas.
