Richard Bruce Cheney, conhecido como Dick Cheney, faleceu na noite de 3 de novembro de 2025, aos 84 anos, devido a complicações de pneumonia e doenças cardíacas e vasculares, segundo comunicado oficial de sua família. Cheney foi uma das figuras mais influentes e controversas da política norte-americana contemporânea, tendo redefinido o papel de vice-presidente durante o governo de George W. Bush (2001–2009).

 Ascensão política e influência em Washington

Nascido em Lincoln, Nebraska, em 1941, Cheney iniciou sua carreira política como chefe de gabinete da Casa Branca sob o presidente Gerald Ford nos anos 1970. Posteriormente, foi eleito deputado federal pelo estado de Wyoming, cargo que ocupou entre 1979 e 1989. Durante o governo de George H. W. Bush, atuou como secretário de Defesa, sendo responsável por coordenar a operação Tempestade no Deserto durante a Guerra do Golfo.

Sua trajetória culminou com a escolha como vice-presidente na chapa de George W. Bush em 2000. Mais do que um segundo em comando, Cheney exerceu influência profunda sobre decisões estratégicas, especialmente na política externa e de segurança nacional.

Arquiteto da 'guerra ao terror'

Após os atentados de 11 de setembro de 2001, Cheney tornou-se o principal arquiteto da chamada "guerra ao terror", que incluiu a invasão do Afeganistão e, mais controversamente, do Iraque em 2003. Ele foi um dos principais defensores da teoria de que o regime de Saddam Hussein possuía armas de destruição em massa — uma alegação que posteriormente se revelou infundada.

Cheney também foi um dos idealizadores da doutrina de ataques preventivos e da ampliação dos poderes executivos em nome da segurança nacional. Sua atuação foi marcada por decisões polêmicas, como o uso de técnicas de interrogatório consideradas tortura e a criação do centro de detenção de Guantánamo.

Legado e controvérsias

Considerado por historiadores como um dos vice-presidentes mais poderosos da história dos EUA, Cheney deixou um legado ambíguo. Admirado por setores conservadores pela firmeza em questões de segurança, foi duramente criticado por ativistas de direitos humanos e opositores da guerra.

Nos últimos anos, surpreendeu ao apoiar figuras democratas como Kamala Harris, demonstrando uma mudança de postura em relação ao extremismo político.

Despedida

A morte de Cheney marca o fim de uma era na política americana. Sua trajetória, marcada por decisões de alto impacto global, continuará sendo objeto de estudo e debate. O ex-vice-presidente deixa esposa, filhos e netos, além de uma história que influenciou profundamente o rumo dos Estados Unidos no século XXI.