A médica Cláudia Soares Alves foi presa por suspeita de mandar matar a farmacêutica Renata Bocatto Derani, motivada por uma obsessão em assumir o papel de mãe da filha da vítima, segundo a Polícia Civil.
Um caso chocante voltou aos holofotes em novembro de 2025, quando a Polícia Civil de Minas Gerais prendeu a médica neurologista Cláudia Soares Alves, suspeita de ser a mandante do assassinato da farmacêutica Renata Bocatto Derani, ocorrido em 2020 em Uberlândia (MG). A motivação, segundo o delegado Eduardo Leal, ultrapassa os limites da rivalidade pessoal: Cláudia queria assumir o papel de mãe da filha da vítima.
O crime e sua motivação
Renata foi morta em novembro de 2020, quando chegava ao trabalho. As investigações apontam que Cláudia, que havia sido casada com o ex-marido de Renata, desenvolveu uma obsessão pela filha da farmacêutica. Ela teria tentado se aproximar da criança durante o relacionamento com o pai, mas foi impedida pela própria Renata, que solicitou ao ex-marido que evitasse o contato entre a filha e Cláudia.
Segundo a polícia, essa frustração teria levado Cláudia a arquitetar o assassinato. Ela teria recrutado um vizinho e o filho dele para executar o crime, e os investigadores apuram se houve pagamento envolvido.
Histórico de comportamento obsessivo
O caso não é isolado. Cláudia já era investigada por um episódio de sequestro de recém-nascido em 2024, no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU). A polícia acredita que sua obsessão por exercer a maternidade foi o fio condutor de ambos os crimes.
Essa linha de investigação reforça o perfil psicológico da suspeita, que teria agido movida por um desejo compulsivo de ser mãe, mesmo que isso implicasse eliminar a verdadeira genitora da criança.
Prisão e desdobramentos
Cláudia foi detida em Itumbiara (GO) no dia 5 de novembro de 2025, cinco anos após o homicídio. Além dela, outras duas pessoas foram presas por envolvimento no crime. A prisão foi resultado de uma operação conjunta entre as polícias civis de Minas Gerais e Goiás.
A mãe da vítima, Elisabete Bocatto Derani, divulgou uma carta emocionada à imprensa após a prisão, afirmando que finalmente sente “um pouco de paz” após anos de angústia e espera por justiça.
