O Grupo Refit é alvo de uma das maiores operações contra sonegação fiscal já realizadas no Brasil, com suspeita de fraudes que somam R$ 26 bilhões. A investigação revela um esquema sofisticado de ocultação de lucros e lavagem de dinheiro envolvendo combustíveis.
A Operação Poço de Lobato
Deflagrada em novembro de 2025, a Operação Poço de Lobato mobilizou mais de 600 agentes públicos em seis estados e no Distrito Federal. Foram cumpridos 126 mandados de busca e apreensão contra empresas e pessoas ligadas ao Grupo Refit, antiga Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro.
A força-tarefa envolveu Receita Federal, Ministério Público, Procuradorias e secretarias estaduais e municipais, com o objetivo de desestruturar um esquema que teria causado prejuízo bilionário aos cofres públicos.
Como funcionava o esquema
Segundo os investigadores, o grupo utilizava uma rede complexa de empresas de fachada, fundos em cascata e offshores em paraísos fiscais, como Delaware (EUA), para ocultar receitas e simular investimentos estrangeiros.
O esquema operava desde a importação de combustíveis nos portos até a venda nos postos, permitindo que impostos fossem sistematicamente sonegados. Em apenas um ano, o grupo teria movimentado mais de R$ 70 bilhões.
Entre os bens apreendidos estão mais de R$ 2 milhões em espécie e esmeraldas, além de documentos que reforçam a suspeita de lavagem de dinheiro.
Impacto econômico e social
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, destacou que o valor sonegado seria suficiente para financiar a construção de um hospital de médio porte ou 20 escolas por mês. A dimensão do esquema evidencia como a fraude compromete diretamente investimentos em saúde, educação e infraestrutura.
A defesa do Grupo Refit
Em nota, o Grupo Refit negou irregularidades e afirmou que “não há qualquer tentativa de ocultar receitas ou fraudar o recolhimento de tributos”. A empresa sustenta que cumpre suas obrigações fiscais e que colaborará com as autoridades.
O que está em jogo
O caso da Refit expõe não apenas a fragilidade da fiscalização no setor de combustíveis, mas também a sofisticação dos mecanismos de sonegação utilizados por grandes grupos empresariais.
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Para o Estado, trata-se de recuperar bilhões em tributos que poderiam financiar políticas públicas.
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Para o setor privado, o episódio levanta questões sobre concorrência desleal, já que empresas que cumprem suas obrigações fiscais enfrentam desvantagem diante de esquemas fraudulentos.
