A recente decisão da Prefeitura de Guarulhos de restringir os comentários em suas redes sociais provocou uma onda de críticas e manifestações por parte de vereadores tanto da direita quanto da esquerda. O bloqueio, que afeta diretamente a interação entre cidadãos e o poder público, reacende o debate sobre transparência, liberdade de expressão e o papel das redes sociais na democracia local.

A Medida e Seus Efeitos

Segundo a administração municipal, o bloqueio foi uma resposta a ataques coordenados, discursos de ódio e desinformação que vinham sendo disseminados nas caixas de comentários. A justificativa oficial aponta para a necessidade de preservar o ambiente digital e garantir que os canais institucionais não sejam usados para incitação à violência ou à ruptura democrática.

Reações Cruzadas no Legislativo

Vereadores de diferentes espectros ideológicos se posicionaram contra a medida. Parlamentares da direita alegam que o bloqueio fere o direito à livre manifestação e impede que a população critique decisões da gestão municipal. Já representantes da esquerda argumentam que, embora seja necessário combater discursos antidemocráticos, o fechamento dos comentários não pode ser a única solução — e que o diálogo deve ser incentivado, não restringido.

Democracia Digital em Xeque

Especialistas em comunicação pública alertam que o uso de redes sociais por órgãos públicos deve seguir princípios de transparência e prestação de contas. A cientista política Maria Carolina Lopes destaca que, embora o bloqueio possa proteger contra ataques organizados, ele também pode afastar cidadãos legítimos que buscam participar da vida pública.

Alternativas em Debate

Alguns vereadores sugerem que a Prefeitura implemente moderação ativa nos comentários, com filtros automáticos e equipe dedicada à triagem de conteúdo. Outros propõem a criação de canais paralelos, como grupos de WhatsApp ou fóruns públicos, para garantir que a população continue tendo voz.