A Faixa de Gaza enfrenta uma das mais graves crises humanitárias da história recente. Em um pronunciamento contundente, o secretário-geral da ONU, António Guterres, classificou a situação como um verdadeiro “show de horrores”, com a fome e a desnutrição atingindo níveis alarmantes. Mais de 100 organizações não governamentais (ONGs) se uniram para denunciar o que chamam de “fome em massa”, exigindo ações imediatas da comunidade internacional.
Colapso do Sistema Humanitário
Segundo a ONU, o sistema de ajuda humanitária em Gaza está à beira do colapso. Toneladas de alimentos, água potável e medicamentos permanecem paradas fora do território, impedidas de entrar devido a bloqueios impostos por Israel. Desde maio, a distribuição de ajuda passou a ser controlada por uma empresa privada dos EUA, substituindo o sistema coordenado pela ONU — uma mudança que gerou críticas severas de organismos internacionais.
Mortes por Fome e Desnutrição
O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, relatou que mais de 30 pessoas morreram de desnutrição nas últimas 72 horas, incluindo crianças e bebês. Desde o início do conflito, em outubro de 2023, mais de 100 palestinos — 80 deles crianças — morreram de fome. Médicos relatam que hospitais estão sem estrutura para lidar com os casos, e até profissionais de saúde estão desmaiando por exaustão e falta de alimentos.
ONGs em Alerta
Organizações como Médicos Sem Fronteiras, Mercy Corps e Oxfam afirmam que seus próprios trabalhadores humanitários estão morrendo de fome. Em comunicado conjunto, 111 ONGs pedem um cessar-fogo imediato, abertura das fronteiras e retomada do fluxo de ajuda por meio dos mecanismos da ONU.
Reações Internacionais
Israel nega a existência de fome extrema e afirma que os suprimentos estão disponíveis, culpando a ONU pela lentidão na distribuição. Já os Estados Unidos enviaram o diplomata Steve Witkoff à Europa para discutir um possível cessar-fogo e a criação de um corredor humanitário.
Caminhos para a Esperança
A crise em Gaza não é apenas física, mas também psicológica. Como afirmam as ONGs: “A sobrevivência se apresenta como uma miragem”. A urgência de uma resposta coordenada e baseada em princípios humanitários nunca foi tão evidente.