Em julho de 2025, o governo brasileiro anunciou sua adesão formal ao processo movido pela África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ), acusando Israel de genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza. A decisão marca um ponto de inflexão na política externa brasileira e reacende o debate global sobre os limites da ação militar e a proteção dos direitos humanos em zonas de conflito.
Fundamentação Jurídica
- O processo baseia-se na Convenção da ONU para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio, de 1948.
- A África do Sul iniciou a ação em janeiro de 2024, alegando que Israel violou obrigações internacionais ao realizar ataques sistemáticos contra civis palestinos.
- A CIJ já havia emitido medidas cautelares, exigindo que Israel evitasse atos genocidas e permitisse ajuda humanitária.
Posição do Brasil
- O Ministério das Relações Exteriores afirmou que o Brasil está em fase final de submissão da intervenção formal no processo.
- A decisão é motivada pelo “dever dos Estados de cumprir com suas obrigações de Direito Internacional e Humanitário”.
- O governo brasileiro expressou “profunda indignação diante dos recorrentes episódios de violência contra civis palestinos”, incluindo:
- Ataques à infraestrutura civil e religiosa.
- Violência por colonos extremistas na Cisjordânia.
- Uso da fome como arma de guerra.
- Expansão de assentamentos ilegais.
Repercussão Internacional
- O Brasil se junta a países como México, Espanha, Bolívia, Colômbia e Líbia na ação contra Israel.
- A decisão foi criticada por entidades como a Confederação Israelita do Brasil (Conib), que acusam o governo de parcialidade e de “adotar falsas narrativas”.
- A Embaixada de Israel no Brasil negou as acusações de genocídio e afirmou que o país está comprometido com a entrega de ajuda humanitária.
Implicações Políticas
- A adesão ao processo fortalece a imagem do Brasil como defensor dos direitos humanos no cenário internacional.
- Ao mesmo tempo, pode gerar tensões diplomáticas com Israel e seus aliados, especialmente os Estados Unidos.
- Internamente, a medida divide opiniões entre setores que apoiam uma política externa mais ativa e aqueles que defendem neutralidade.
Considerações Finais
A entrada do Brasil no processo contra Israel na CIJ representa um posicionamento firme diante de uma crise humanitária sem precedentes. Ao se alinhar com países que exigem responsabilização internacional, o Brasil reafirma seu compromisso com os princípios da justiça global — mesmo diante de pressões geopolíticas.