Em uma movimentação que reacende debates sobre soberania regional e segurança hemisférica, os Estados Unidos começaram a deslocar tropas militares para a América Latina com o objetivo declarado de combater cartéis de drogas considerados ameaças à segurança nacional americana.
A Ordem Secreta de Trump
A operação teve início após o presidente Donald Trump assinar uma ordem secreta autorizando o Pentágono a mobilizar forças aéreas e navais para o sul do Mar do Caribe. Segundo fontes da agência Reuters, a missão visa enfrentar organizações classificadas como “narcoterroristas”, incluindo o Cartel de Sinaloa (México), o Tren de Aragua (Venezuela) e o MS-13.
Essa decisão marca uma escalada significativa na política externa dos EUA, que agora contempla ações militares diretas em território estrangeiro — algo que levanta preocupações legais e diplomáticas. O Congresso americano, tradicionalmente responsável por autorizar operações militares no exterior, ainda não se pronunciou oficialmente sobre a medida.
Reações na América Latina
A presidente do México, Claudia Sheinbaum, afirmou que foi informada da ordem, mas garantiu que não haverá operações militares americanas em solo mexicano. O Brasil, por ora, não está incluído na operação, embora Washington tenha pressionado o governo brasileiro a classificar grupos como o PCC como organizações terroristas.
Especialistas alertam para o risco de tensões diplomáticas e possíveis vítimas civis, caso as incursões militares se concretizem. A iniciativa também reacende memórias de intervenções passadas dos EUA na região, muitas vezes criticadas por seus impactos sociais e políticos.
Estratégia Militar e Geopolítica
Além do envio de tropas, os EUA já haviam intensificado a vigilância aérea sobre cartéis mexicanos e despachado navios de guerra para reforçar a segurança na fronteira sul. A ofensiva contra os cartéis é parte de uma estratégia mais ampla do governo Trump para conter a imigração ilegal e reforçar o controle fronteiriço.
A designação de cartéis como organizações terroristas globais, feita em fevereiro, abriu caminho legal para ações militares mais agressivas. No entanto, analistas apontam que essa abordagem pode complicar ainda mais as relações com países latino-americanos e gerar instabilidade regional.
O Que Está Por Vir?
Ainda não há data definida para o início das incursões militares, mas o Departamento de Defesa americano já está em fase avançada de preparação. A operação, se concretizada, poderá redefinir o papel dos EUA na segurança regional e provocar uma reavaliação das políticas de combate ao narcotráfico na América Latina.