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Paranaense foge da guerra na Ucrânia após impasse com governo: “Não sabia se iria conseguir sair dessa”

Publicada em: 21/08/2025 10:43 -

O que começou como uma oportunidade profissional acabou se transformando em um pesadelo para o paranaense Lucas*, de 32 anos, que viveu meses de tensão na Ucrânia antes de conseguir deixar o país em meio à guerra. Contratado por uma empresa terceirizada ligada ao governo ucraniano, ele enfrentou obstáculos burocráticos e emocionais para romper o vínculo e retornar ao Brasil.

Uma missão que virou prisão

Lucas chegou à Ucrânia em 2023, contratado para atuar como técnico em manutenção de equipamentos militares. O contrato, firmado com uma empresa que prestava serviços ao Ministério da Defesa ucraniano, previa cláusulas rígidas de permanência em território ucraniano durante o período de vigência.

 

“No começo parecia uma chance única. O salário era bom, e eu queria viver algo diferente. Mas quando os bombardeios começaram a se intensificar, percebi que estava preso a um contrato que não me deixava sair”, conta Lucas.

 

Segundo ele, tentativas de rescisão foram negadas sob alegação de “necessidade estratégica”, e o governo local impôs restrições à saída de estrangeiros vinculados a serviços militares.

 Medo constante e decisões difíceis

Com o avanço dos conflitos em regiões próximas à sua base de trabalho, Lucas passou a viver em abrigos improvisados, enfrentando falta de energia, escassez de alimentos e o medo constante de ataques.

 

“Eu não sabia se iria conseguir sair dessa. Cada dia era uma batalha psicológica. O som das sirenes virou rotina, e a sensação de impotência era esmagadora.”

 

A situação se agravou quando colegas de trabalho foram convocados para atuar diretamente em zonas de combate. Embora Lucas não tenha sido enviado ao front, o risco de ser mobilizado aumentava a cada semana.

 A fuga e o reencontro com a liberdade

Após meses de negociações e ajuda de voluntários internacionais, Lucas conseguiu embarcar clandestinamente para a Polônia, onde buscou apoio consular. Com auxílio da embaixada brasileira, ele retornou ao Paraná em abril de 2025.

Hoje, ele tenta reconstruir a vida longe dos traumas da guerra. “Voltar foi como renascer. Ainda tenho pesadelos, mas estou cercado pela minha família e tentando seguir em frente.”

 Reflexão sobre contratos e responsabilidade

O caso de Lucas levanta questões sobre a responsabilidade de empresas e governos ao contratar estrangeiros em zonas de conflito. Especialistas em direito internacional alertam para a necessidade de cláusulas humanitárias em contratos desse tipo, garantindo o direito à saída em situações de risco extremo.

Enquanto isso, Lucas se dedica a compartilhar sua história em palestras e entrevistas, na esperança de alertar outros brasileiros sobre os perigos de aceitar propostas em regiões instáveis.

 

“Não desejo isso pra ninguém. Que minha história sirva de alerta.”

 

 

 

 

 

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