Uma história comovente e cheia de reviravoltas mobilizou autoridades brasileiras e francesas nos últimos dias. Uma senhora francesa de 77 anos, Johanna Fundula Ute Lechner, e seu filho de 42 anos, Opahlinr Yah Aiok, que tem síndrome de Down, foram encontrados em situação de abandono no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Após cinco dias vivendo em condições precárias no terminal, ambos devem ser repatriados à França com apoio do consulado francês.

Abandono e vulnerabilidade

O episódio teve início no dia 18 de agosto, quando o filho caçula da idosa embarcou para a Europa, deixando a mãe e o irmão mais velho desamparados no aeroporto. Sem assistência, os dois passaram noites dormindo em bancos e sobrevivendo com ajuda de passageiros e funcionários sensibilizados com a situação.

A senhora apresentava um quadro grave de trombose na perna esquerda, enquanto o filho estava visivelmente debilitado pela falta de higiene e cuidados básicos. Ambos foram encaminhados ao Hospital Geral de Guarulhos (HGG) após a situação ganhar repercussão na imprensa.

Repatriação com apoio diplomático

O Consulado Geral da França em São Paulo assumiu a coordenação da repatriação. Uma equipe composta por dois funcionários do consulado e uma enfermeira acompanhará mãe e filho no voo de retorno. O filho que os abandonou se comprometeu, por escrito, a recebê-los no Aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, e garantir estadia até que sejam acolhidos por um centro humanizado na capital francesa.

A companhia aérea Emirates havia recusado o embarque anterior da dupla, alegando que a idosa não apresentava condições físicas e mentais para viajar desacompanhada. A tentativa de embarque para Moscou, onde a mulher afirmou querer “ir para morrer”, também foi frustrada pela tripulação do voo.