Uma operação de grande escala deflagrada nesta quarta-feira (5) interditou 49 postos de combustíveis nos estados do Piauí, Maranhão e Tocantins, sob suspeita de envolvimento em um esquema bilionário de lavagem de dinheiro vinculado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC).
Ação coordenada e sofisticada
Batizada de Operação Carbono Oculto 86, a ofensiva foi conduzida pela Polícia Civil do Piauí, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) e outras forças de segurança. As investigações apontam que o PCC utilizava uma rede complexa de empresas de fachada, fundos de investimento e fintechs para movimentar e ocultar recursos ilícitos, além de fraudar o mercado de combustíveis.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Piauí, o grupo criminoso infiltrou-se em toda a cadeia de produção e distribuição de combustíveis, utilizando os postos como fachada para escoar dinheiro oriundo do tráfico de drogas e outros crimes financeiros.
Bens de luxo e aeronaves apreendidas
Durante a operação, foram apreendidos quatro aviões particulares — entre eles modelos Raytheon Aircraft 400A, Astra SPX, Cessna 210M e C90A — além de uma Porsche avaliada em mais de R$ 500 mil. Os bens pertencem a empresários investigados e serão submetidos a restrições legais pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
As autoridades também bloquearam R$ 348 milhões em bens de 10 pessoas físicas e 60 empresas envolvidas no esquema, reforçando a magnitude da operação e o nível de sofisticação da estrutura criminosa.
Conexões nacionais e desdobramentos
A investigação revelou conexões diretas entre empresários locais e alvos já identificados em fases anteriores da Operação Carbono Oculto em São Paulo, indicando uma atuação interestadual e coordenada do PCC no setor de combustíveis.
A Polícia Civil e o Ministério Público destacaram que novas fases da operação devem ocorrer nos próximos meses, com o objetivo de desarticular completamente a rede de lavagem de dinheiro e responsabilizar os envolvidos.
