COP30: A Conferência da Verdade e da Implementação
A 30ª Conferência das Partes da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30) teve início nesta segunda-feira, 10 de novembro de 2025, em Belém, no Pará — a primeira vez que o Brasil sedia o evento e, simbolicamente, no coração da Amazônia. Com mais de 60 mil participantes entre líderes globais, cientistas, ativistas, indígenas e representantes do setor privado, a COP30 se estende até o dia 21 de novembro e carrega o peso de uma década desde o Acordo de Paris.
O que está em jogo?
A COP30 acontece em um cenário de crescente emergência climática. Eventos extremos como enchentes, secas e ondas de calor têm se intensificado globalmente, inclusive no Brasil. A conferência busca acelerar a implementação de compromissos já assumidos e cobrar maior ambição dos países.
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Metas climáticas insuficientes: Apenas 106 dos 195 países signatários do Acordo de Paris entregaram suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), e a redução de emissões prevista é de apenas 10%, muito abaixo dos 60% necessários até 2035 para limitar o aquecimento a 1,5ºC.
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Financiamento climático: Países em desenvolvimento exigem mais recursos para adaptação e mitigação. A promessa de US$ 100 bilhões anuais feita em conferências anteriores ainda não foi plenamente cumprida.
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Fósseis em xeque: A pressão para abandonar combustíveis fósseis é crescente, mas enfrenta resistência de grandes produtores e consumidores.
O que esperar da conferência?
A COP30 foi apelidada pelo Brasil de “COP da implementação” e “COP da verdade” — um chamado para que os países deixem de lado promessas vagas e avancem em ações concretas. Os principais temas em debate incluem:
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Transição energética justa: Como garantir que a mudança para fontes limpas não deixe populações vulneráveis para trás.
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Proteção da Amazônia: Como o Brasil pode liderar a preservação de biomas críticos e combater o desmatamento.
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Participação da sociedade civil: Povos indígenas, comunidades tradicionais e jovens ativistas têm voz ativa nas negociações.
Belém como palco simbólico
Escolher Belém como sede é um gesto político e ambiental. A cidade representa os desafios e as soluções da Amazônia, região vital para o equilíbrio climático global. A expectativa é que a COP30 não apenas discuta metas, mas também inspire ações locais e globais com impacto real.
