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Município de Rio Claro se torna epicentro da guerra entre PCC e Comando Vermelho no interior de São Paulo

Publicada em: 11/11/2025 11:45 -

A cidade de Rio Claro, localizada no interior de São Paulo, vive um momento crítico em sua segurança pública. Com cerca de 200 mil habitantes e uma posição geográfica estratégica, o município se transformou em um campo de batalha entre as duas maiores facções criminosas do Brasil: o Primeiro Comando da Capital (PCC) e o Comando Vermelho (CV).

Um território sem hegemonia: o vácuo que alimenta a violência

Ao contrário de outras regiões do estado onde o PCC mantém domínio consolidado, Rio Claro apresenta uma peculiaridade: não há hegemonia no controle do tráfico de drogas. Essa ausência de “dono” no submundo do crime abriu espaço para uma disputa sangrenta, com execuções e confrontos que têm alarmado autoridades e moradores.

Em 2025, foram registrados 24 homicídios dolosos, sendo 8 execuções, um aumento de 26,3% em relação ao ano anterior. A taxa de assassinatos chegou a 11,92 por 100 mil habitantes, quase três vezes acima da média estadual, que é de 4,09.

Facções em guerra: estratégias e consequências

O PCC, tradicionalmente dominante em São Paulo, tenta expandir sua influência sobre Rio Claro, onde ainda atuam grupos locais de menor expressão, como o chamado “Bonde do M”. Por outro lado, o CV, com raízes no Rio de Janeiro, busca consolidar presença no interior paulista, aproveitando o vácuo de poder e a fragilidade das estruturas locais.

A disputa não se limita às ruas. Investigações da Polícia Civil e do Ministério Público apontam que ações coordenadas, como execuções em locais públicos — incluindo um supermercado —, fazem parte da estratégia de intimidação e domínio territorial.

Impacto na população e resposta das autoridades

Moradores relatam viver sob constante tensão, com medo de sair às ruas à noite e de se tornarem vítimas de balas perdidas. Escolas, comércios e serviços públicos têm sido afetados pela instabilidade. A prefeitura e a Secretaria de Segurança Pública intensificaram operações policiais, mas especialistas alertam que ações pontuais não são suficientes para conter o avanço das facções.

Além do reforço policial, é necessário investir em inteligência, políticas sociais e urbanas que desmobilizem o recrutamento de jovens pelo crime organizado. A guerra entre PCC e CV em Rio Claro é um reflexo de um problema nacional: a disputa por territórios em áreas vulneráveis, onde o Estado falha em garantir presença efetiva.

Um alerta para o interior paulista

O caso de Rio Claro serve como alerta para outros municípios do interior de São Paulo. A expansão das facções para além das capitais mostra que o crime organizado está em constante adaptação, buscando novas rotas e mercados. Sem uma resposta integrada entre segurança, justiça e políticas públicas, outras cidades podem seguir o mesmo caminho.

A guerra de facções em Rio Claro não é apenas uma disputa pelo tráfico. É uma batalha pela ocupação de espaços onde o Estado se ausenta — e onde o medo se instala.

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