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Austrália proíbe redes sociais para menores de 16: início de uma nova era digital

Publicada em: 10/12/2025 10:43 -

A Austrália tornou-se o primeiro país do mundo a proibir o acesso de menores de 16 anos às redes sociais, inaugurando uma nova fase na relação entre governos e gigantes da tecnologia. A medida reflete não apenas preocupações locais, mas também uma escalada global de denúncias e processos contra plataformas digitais.

 

A decisão australiana: marco histórico

  • Data de entrada em vigor: 10 de dezembro de 2025.

  • Abrangência: Plataformas como Facebook, Instagram, TikTok, Snapchat, X (antigo Twitter), YouTube, Reddit, Twitch, Kick e Threads devem desativar contas de menores de 16 anos e impedir novos cadastros.

  • Sanções: Multas de até 49,5 milhões de dólares australianos (cerca de R$ 272 milhões) para empresas que não cumprirem a lei.

  • Objetivo declarado: proteger adolescentes de algoritmos viciantes, predadores online e bullying digital, além de reduzir impactos sobre saúde mental.

O primeiro-ministro Anthony Albanese classificou a medida como uma das maiores mudanças culturais já enfrentadas pelo país, afirmando que a Austrália está “retomando o controle das mãos dos gigantes tecnológicos”.

 

A escalada global de denúncias e processos

A decisão australiana não surge isolada. Ela se insere em um contexto de crescente pressão internacional sobre as plataformas digitais:

  • Estados Unidos: múltiplos processos estaduais e federais acusam empresas como Meta e TikTok de negligência na proteção de menores, alegando que seus algoritmos estimulam vício e prejudicam a saúde mental.

  • Europa: a União Europeia, por meio da Lei de Serviços Digitais (DSA), já exige maior transparência algorítmica e medidas de proteção infantil. Países como França e Alemanha discutem restrições adicionais de idade.

  • Ásia: a China limita o tempo de uso de aplicativos por menores e a Malásia já estuda seguir o modelo australiano.

Essas iniciativas refletem uma mudança de paradigma: governos deixam de apenas regular conteúdos e passam a intervir diretamente na arquitetura de acesso às plataformas.

 

Impactos e controvérsias

  • Pais e defensores da infância: em geral, apoiam a medida, vendo nela uma barreira contra riscos digitais.

  • Empresas de tecnologia: criticam a lei, alegando que ela fere a liberdade de expressão e pode empurrar jovens para espaços digitais não regulamentados.

  • Especialistas: alertam para efeitos colaterais, como a migração de adolescentes para plataformas clandestinas ou menos seguras.

 

Comparativo internacional

Região Medida principal Idade mínima Penalidades
Austrália Proibição total de acesso 16 anos Multas até R$ 272 milhões
EUA Processos contra plataformas Varia por estado Indenizações e restrições judiciais
União Europeia Lei de Serviços Digitais (DSA) 13 anos (com restrições) Multas proporcionais ao faturamento
China Limite de tempo em apps Menores de 18 Bloqueio de contas e sanções às empresas
 
 

 O que esperar

A proibição australiana pode se tornar precedente global, inspirando legislações semelhantes em outros países. Ao mesmo tempo, abre debates sobre:

 

  • Direitos digitais de adolescentes versus proteção da infância.

  • Responsabilidade das plataformas em garantir ambientes seguros.

  • Equilíbrio entre regulação estatal e liberdade individual.

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