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Moradores levam 64 corpos à praça na Penha após megaoperação; número de mortos chega a 128

Publicada em: 29/10/2025 10:44 -

Em um dos episódios mais sombrios da segurança pública do Rio de Janeiro, moradores do Complexo da Penha levaram ao menos 64 corpos à Praça São Lucas, na Zona Norte da cidade, na madrugada desta quarta-feira (29). A ação ocorreu após a megaoperação policial realizada na terça-feira (28), considerada a mais letal da história do estado, que já contabilizava 128 mortos.

 

A operação e seus desdobramentos

A megaoperação foi conduzida por forças de segurança estaduais com o objetivo de desarticular facções criminosas, especialmente o Comando Vermelho, que atua na região. Segundo o governo do Rio de Janeiro, 60 suspeitos e 4 agentes de segurança morreram durante os confrontos. No entanto, os corpos levados pelos moradores à praça não estavam incluídos na contagem oficial até o momento.

As vítimas foram encontradas em áreas de mata da Serra da Misericórdia, conhecida como Vacaria, onde ocorreram os embates mais intensos. Muitos dos corpos apresentavam sinais de execução, segundo relatos de moradores e ativistas locais.

 

Protesto e comoção

A cena dos corpos dispostos na praça gerou comoção e revolta. Vídeos divulgados por ativistas mostram dezenas de cadáveres, alguns cobertos por lençóis, outros expostos, enquanto familiares choravam e gritavam por justiça. Uma moradora, identificada como mãe de uma das vítimas, declarou: “Isso é certo? Mandar matar? Duzentas pessoas foram assassinadas. Polícia é bandido protegido pela lei”.

A manifestação espontânea dos moradores foi interpretada como um protesto contra o que chamam de “chacina promovida pelo Estado”. Lideranças comunitárias alertam que o número de mortos pode ser ainda maior, já que há relatos de desaparecidos e corpos ainda não localizados.

 

Reação das autoridades

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, afirmou que os corpos levados à praça não constam na contabilidade oficial e que haverá perícia para determinar se essas mortes estão relacionadas à operação. A Defesa Civil foi acionada para recolher os corpos e encaminhá-los ao Instituto Médico Legal (IML).

 

Implicações e debate público

O episódio reacende o debate sobre o uso da força nas favelas cariocas e a política de segurança pública baseada em confrontos armados. Organizações de direitos humanos pedem investigação independente e responsabilização dos envolvidos. Parlamentares da oposição classificaram a operação como “massacre” e exigem explicações do governo estadual.

 

 

 

Enquanto isso, moradores vivem o luto e o medo, em meio à incerteza sobre o que virá a seguir. A praça, que deveria ser um espaço de convivência, tornou-se símbolo de dor e denúncia.

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