O Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (GRU), tem sido palco de intensas operações da Polícia Federal (PF) nos últimos meses, revelando uma preocupante escalada de crimes ligados ao tráfico internacional de drogas e à violação de áreas restritas. As ações têm mobilizado agentes, helicópteros, cães farejadores e até provocado a suspensão temporária de voos — tudo em nome da segurança nacional.

Suspensão de voos e presença de drones

Em junho de 2025, uma operação da PF interrompeu pousos e decolagens por 46 minutos após a detecção de drones sobrevoando áreas sensíveis do aeroporto. A investigação apontou que os drones eram usados por traficantes para monitorar a movimentação policial enquanto tentavam embarcar 160 kg de cocaína escondidos em três caixas.

A concessionária GRU Airport confirmou que seis voos foram cancelados e 35 afetados, com impacto direto nas operações das companhias Latam, Gol e Azul. A presença de drones em zonas aeroportuárias representa um risco grave à aviação civil e à integridade dos passageiros.

Prisões e métodos de ocultação

Entre junho e julho, a PF prendeu mais de 20 pessoas por tráfico internacional de drogas no GRU. Os métodos usados pelos criminosos variam:

• Cápsulas de cocaína ingeridas por passageiros com destino à Europa.
• Skunk escondido em fundos falsos de malas vindas do Catar.
• THC em bagagens abandonadas provenientes do Canadá.
• Um funcionário terceirizado do aeroporto foi preso por envolvimento direto na logística do tráfico.

Todos os detidos foram apresentados à Justiça Federal, e os que ingeriram drogas receberam atendimento médico sob escolta policial.

Rotas clandestinas e vulnerabilidades

A PF identificou rotas clandestinas que partem de comunidades vizinhas ao terminal e chegam à área restrita de Cumbica. Buracos nas grades de segurança permitiram o acesso indevido de criminosos, que conseguiram fugir após a apreensão da droga. A investigação segue para identificar todos os envolvidos e reforçar os protocolos de segurança.

O papel da Polícia Federal e os desafios futuros

As operações da PF no Aeroporto de Guarulhos evidenciam a complexidade do combate ao tráfico internacional em um dos maiores hubs da América Latina. Além da repressão direta, há um esforço contínuo de inteligência, cooperação com a Receita Federal e uso de tecnologia para detectar ameaças.

O desafio agora é equilibrar o fluxo intenso de passageiros com medidas eficazes de segurança, sem comprometer a experiência dos viajantes. A presença de drones, o uso de rotas clandestinas e a infiltração de funcionários mostram que o crime organizado está cada vez mais sofisticado — e que a resposta precisa ser à altura.

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